Metodologia AUP: saiba o que é e quais as principais características

Metodologia AUP: saiba o que é e quais as principais características

Para quem vive no meio da tecnologia, a Metodologia Agile Unified Process (AUP) é um termo comum. Este é um processo ágil de desenvolvimento baseado na filosofia Agile e adaptado a partir do Rational Unified Process (RUP). Sua idealização foi feita por Scott Ambler em 2005.

O AUP é uma abordagem que dá ênfase à colaboração entre equipes multidisciplinares e a entrega de valor contínuo em projetos de médio a grande porte, nos quais é necessário um processo estruturado, mas flexível o suficiente para se adaptar a mudanças nos requisitos e nas necessidades dos clientes.

Ciclos de vida do AUP

O AUP é caracterizado por seus chamados "ciclos de vida" ou "fases de vida". Cada um deles concentra-se em uma funcionalidade específica e inclui atividades como coleta de requisitos, modelagem, projeto, implementação, testes e implantação. 

Essas atividades são realizadas em um cronograma fixo, buscando a colaboração entre os membros da equipe e uma abordagem orientada a resultados.

Por que usar o AUP?

Existem diversos motivos que fazem o AUP ser uma metodologia muito utilizada por equipes de desenvolvimento de software. Nós separamos algumas características importantes desse formato que podem convencer você e a sua equipe a utilizá-lo. Confira abaixo!

Orientação por casos de uso

O AUP enfatiza a modelagem de casos de uso para capturar os requisitos do sistema a partir da perspectiva do usuário final. Dessa forma, é possível garantir que as funcionalidades mais importantes sejam identificadas e priorizadas.

Desenvolvimento iterativo

A metodologia do AUP segue uma abordagem iterativa, em que o trabalho é dividido em iterações curtas. Cada iteração produz um incremento do sistema que pode ser avaliado pelos stakeholders e utilizado para obter feedbacks.

Foco na qualidade

O AUP coloca grande ênfase na qualidade do software. Testes são realizados de forma contínua e asseguram a detecção precoce de defeitos. Além disso, práticas de desenvolvimento como revisões de código e integração contínua são encorajadas para garantir a qualidade do produto final.

Flexibilidade

O AUP reconhece a necessidade de adaptação e flexibilidade. Ele permite que as equipes ajustem suas práticas e processos de acordo com as necessidades específicas do projeto, mantendo-se alinhadas aos princípios e objetivos gerais do AUP.

As sete disciplinas do AUP

No AUP, existem sete disciplinas. As quatro primeiras dizem respeito à implementação do projeto e, as três últimas, são etapas de apoio. Todas essas disciplinas são interligadas e iterativas, ou seja, as atividades de cada disciplina ocorrem em paralelo e se repetem em cada iteração do ciclo de vida do projeto.

Confira na lista abaixo quais são as disciplinas do Processo Unificado Ágil.

Modelagem

Esta primeira disciplina aborda a criação de modelos que representam o sistema em diferentes níveis de abstração. Os modelos podem incluir diagramas de caso de uso, diagramas de sequência, diagramas de classe e outros artefatos de modelagem.

Implementação

A disciplina de implementação concentra-se na codificação e na construção do software. Ela abrange atividades como escrever código, realizar testes unitários, criar componentes e integrar o sistema.

Teste

O teste é responsável por garantir a qualidade do software. Ele inclui testes de unidade, testes de integração, testes de sistema e testes de aceitação. O objetivo é identificar e corrigir defeitos no software.

Implantação

A disciplina de implantação lida com a distribuição e a instalação do software em ambiente de produção. Outras disciplinas estão envolvidas aqui, como a preparação do ambiente de produção, a criação de pacotes de instalação, o gerenciamento de dependências e a realização de testes finais antes da entrega aos usuários finais.

Gerenciamento de configuração

Como o nome propõe, essa disciplina lida com o controle e a gestão das configurações do software. Ela inclui o gerenciamento de versões, rastreamento de mudanças, controle de acesso e criação de baselines para garantir a consistência e a integridade do sistema.

Gerenciamento de projeto

A disciplina de gerenciamento de projeto abrange atividades de planejamento, monitoramento e controle do projeto. Aqui estão a definição de metas, a alocação de recursos, o acompanhamento do progresso, a identificação e a mitigação de riscos e a coordenação das equipes de trabalho.

Ambiente

Essa disciplina trata da configuração e do gerenciamento do ambiente de desenvolvimento. Isso envolve a configuração de ferramentas de desenvolvimento, ambientes de teste, servidores, bancos de dados e outros componentes necessários para o desenvolvimento e a entrega do software.

Ficou mais fácil de entender como funciona o Agile Unified Process, não é mesmo? É claro que cada etapa se adaptará às necessidades da sua empresa, equipe e cliente. Porém, com essa base, você já tem uma ideia de como estruturar melhor o seu projeto. 

Em quais projetos utilizar o AUP?

Para uma equipe de tecnologia, o AUP pode ser útil em diversos tipos de projetos. 

Ele é adequado para projetos de desenvolvimento de software, por exemplo, independentemente do tamanho ou complexidade. Com esse método, a equipe consegue entregar modelos de softwares funcionais em intervalos curtos.

Ainda falando sobre softwares, o AUP é uma abordagem útil em manutenção, já que permite que a equipe realize atualizações e correções de bugs em iterações curtas, garantindo que o software permaneça confiável e atenda às necessidades do usuário.

O AUP ainda pode ser aplicado a projetos de integração de sistemas, nos quais diferentes componentes ou sistemas precisam ser integrados para fornecer funcionalidades adicionais. A abordagem iterativa do AUP permite que a equipe de TI desenvolva, teste e integre incrementalmente os diferentes componentes, garantindo uma integração suave.

Como já comentamos, o AUP pode ser aplicado em desde aplicativos móveis até o desenvolvimento de sistemas empresariais. Muito útil, não é mesmo?

Quem está envolvido

Um projeto conta com diversos profissionais para ser desenvolvido. Para que tudo dê certo, o ideal é que todas as pessoas envolvidas se mantenham atualizadas e executem suas funções de forma individual e integrada. Os principais cargos dentro de um projeto de AUP são:

  • Gerente de projetos, para supervisionar e coordenar o trabalho da equipe;
  • Analista de negócios, que é responsável por entender as necessidades dos usuários e das partes interessadas e traduzi-las em requisitos claros para a equipe de desenvolvimento;
  • Arquiteto de software, a pessoa que projeta a estrutura e a arquitetura do sistema. É ele quem identifica os principais componentes do sistema, define as interfaces e garante que o software seja escalável, seguro e de fácil manutenção;
  • Desenvolvedores, responsáveis por escrever o código do software;
  • UX/UI designer, responsável por projetar a experiência de uso do software concentrados na usabilidade, na interação do usuário com o sistema e na criação de interfaces visuais atraentes e intuitivas;
  • Scrum Master, o responsável por facilitar o processo ágil, garantindo que a equipe esteja seguindo as práticas e princípios do AUP.

Esses são apenas alguns dos papéis comuns em uma equipe que trabalha com o Agile Unified Process. Dependendo do tamanho e complexidade do projeto, outros papéis podem ser necessários.

Ferramentas utilizadas no AUP

Para aplicar essa metodologia, a equipe envolvida no projeto deve utilizar ferramentas de gestão e aplicação. 

As ferramentas de gerenciamento de projetos, como o Proj4me, permitem que as equipes criem e gerenciem o backlog do projeto, acompanhem o progresso das tarefas, atribuam responsabilidades, gerenciem as iterações e colaborem em tempo real.

Já as ferramentas de comunicação, como Slack, Microsoft Teams, Google Meet ou Zoom podem ajudar as equipes a se comunicarem, compartilharem informações, realizarem reuniões virtuais, discutirem questões e tomarem decisões conjuntas e em tempo real.

As ferramentas de versionamento de código, como Git ou Subversion, permitem que as equipes colaborem no desenvolvimento de software, gerenciem alterações de código, realizem integração contínua e revertam alterações quando necessário.

Para a modelagem e design, o ideal é o uso de ferramentas como o Enterprise Architect, Visual Paradigm ou Lucidchart, que podem ser úteis para criar diagramas UML, visualizar a estrutura do sistema, documentar requisitos, definir interfaces e comunicar a arquitetura para a equipe.

Por fim, quando falamos em testes e automação, existem programas como JUnit, Selenium, Cucumber, entre outras, que permitem que as equipes escrevam e executem testes de forma automatizada, garantindo a qualidade do software durante todo o processo de desenvolvimento.

A sua equipe já utiliza ou está familiarizada com alguma delas?

Mas afinal, o que é a filosofia Agile?

Já falamos sobre o Agile Unified Process, para que ele serve, onde pode ser utilizado, quem são os profissionais envolvidos e quais ferramentas utilizar no processo. Mas o que é exatamente a filosofia Agile e o que ela defende?

A filosofia Agile, ou metodologia ágil, é um conjunto de princípios e valores que guiam o desenvolvimento de projetos. Ela se destaca, principalmente, por permitir uma resposta ágil às necessidades dos clientes e às mudanças no ambiente de desenvolvimento.

A filosofia Agile foi formalizada pelo Manifesto Ágil, criado por um grupo de 17 desenvolvedores de software em 2001. O Manifesto Ágil estabelece quatro valores fundamentais:

  1. Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas: O foco está nas pessoas e na comunicação efetiva entre elas. A colaboração, a comunicação face a face e a sinergia entre os membros da equipe são valorizadas mais do que seguir rigidamente processos e utilizar ferramentas específicas.
  2. Software em funcionamento mais que documentação abrangente: O objetivo principal é entregar valor ao cliente por meio de um software funcionando. Embora a documentação seja importante, a ênfase é colocada na entrega de software de qualidade que atenda às necessidades dos usuários.
  3. Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos: O envolvimento e a colaboração contínuos com o cliente são fundamentais. A compreensão das necessidades do cliente, sua participação ativa e a busca pelo feedback constante ajudam a garantir que o produto final atenda às expectativas e necessidades do cliente.
  4. Responder a mudanças mais que seguir um plano: A adaptação a mudanças é valorizada em vez de seguir um plano rígido. O Manifesto Ágil reconhece que os requisitos e as circunstâncias podem evoluir durante o desenvolvimento do projeto, e a capacidade de se adaptar a essas mudanças é considerada essencial para o sucesso dele.

Para implementar a filosofia Agile, existem várias metodologias e frameworks disponíveis, como Scrum, Kanban, XP (Extreme Programming) e Lean, por exemplo, cada uma com suas particularidades.

Diferenças entre o AUP e outras metodologias

Já sabemos que o AUP é uma metodologia ágil que combina elementos do Processo Unificado Rational (Rational Unified Process - RUP) com princípios ágeis. 

Embora compartilhe algumas semelhanças com outras metodologias ágeis, existem algumas diferenças distintas entre o AUP e outras abordagens ágeis populares, como as que citamos na última seção deste artigo.

Na lista abaixo estão algumas diferenças entre eles para você conhecer.

Escalabilidade

O AUP é projetado para ser escalável, a fim de ser adaptado a projetos de diferentes tamanhos e complexidades. 

Ele fornece orientações sobre como usar os princípios ágeis em projetos maiores, onde várias equipes podem estar envolvidas. Em contraste, metodologias como o Scrum são mais adequadas para projetos e equipes menores.

Fases e iterações

O AUP define fases, semelhante ao RUP, que são divididas em iterações. Cada iteração possui uma duração fixa e segue um ciclo de vida iterativo e incremental. Isso difere do Scrum, por exemplo, que não possui fases definidas, mas trabalha com sprints de duração fixa.

Artefatos e documentação

O AUP enfatiza a importância da documentação, reconhecendo-a como necessária para a compreensão do projeto e para a colaboração entre as equipes. Outras metodologias ágeis tendem a ser menos prescritivas em relação à documentação formal.

Ênfase na arquitetura

O AUP coloca uma forte ênfase na arquitetura de software, reconhecendo-a como um elemento crítico para o sucesso do projeto. 

Ele dedica fases específicas para a modelagem e o design arquitetural, garantindo que as decisões de arquitetura sejam tomadas de forma colaborativa e bem informada. Isso pode ser diferente de outras metodologias ágeis que podem abordar a arquitetura de forma mais incremental ou menos formal.

Abordagem personalizável

O AUP é altamente personalizável e adaptável às necessidades do projeto. Ele fornece um conjunto de diretrizes e práticas, mas permite que as equipes ajustem e adaptem o processo de acordo com a situação específica. Isso é particularmente útil em projetos complexos, onde uma abordagem mais flexível é necessária.

Lembrando que a Metodologia Agile Unified Process (AUP) é apenas uma das muitas metodologias ágeis disponíveis, e a escolha da metodologia mais adequada depende das características do projeto, da equipe e das preferências da organização. 

É importante avaliar cuidadosamente as necessidades do projeto antes de decidir qual metodologia ágil utilizar. Compartilhe os resultados do seu projeto utilizando essa metodologia conosco!

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